Ontem estive pensando e cheguei à
conclusão de que nunca fui “amada” de verdade.
Sou muito. Sei que mereço alguém que tenha esse mesmo “muito” a
oferecer. Sempre acreditei que um dia encontraria o meu príncipe, até pensei
tê-lo encontrado algumas vezes, mas não. Foi apenas impressão. Ainda não conheci
um homem assim...
Que fizesse elogios ao me
encontrar, que reparasse meu jeito, o cheiro do perfume e até a roupa que
estava usando. Que planejasse seu dia de
acordo com os meus horários só pra tentar me ver, nem que fosse apenas por uma
horinha. Que desejasse coisas simples como ir ao cinema, sair pra jantar, ir a
uma festa juntos e andar de mãos dadas na rua. Alguém que se esforçasse pra fazer
dar certo.
Ainda não conheci um homem
assim...
Que compreendesse minhas
ausências e aceitasse minhas responsabilidades de mãe. Que me admirasse como
mulher e acreditasse no meu potencial e futuro profissional sem ao menos ter
conhecido minha trajetória acadêmica. Que me mandasse mensagens ao longo do dia
e me deixasse sorrindo sozinha ao ler suas frases características e
espontâneas. Que me fizesse sentir os pés fora do chão ao lembrar algum momento
ou situação que tenhamos passado juntos. Alguém que quisesse me chamar de “minha”.
Ainda não conheci um homem
assim...
Que falasse de mim para os amigos
com orgulho e felicidade no olhar, que demonstrasse suas inseguranças e não
tivesse medo algum de se expor. Que se entregasse e se jogasse de cabeça numa
relação ainda frágil, imatura, mas acreditando que valeria a pena. Que me
deixasse com o coração apertado ao ameaçar desistir de tudo, só pra me dar um
susto e me fazer perceber o quanto é importante. Que fizesse o tempo parar em
um abraço gostoso e me deixasse “louca” só com um beijo. Alguém que fosse sincero
e transparente em relação aos seus sentimentos e me surpreendesse com sua
perfeição.
Sem dúvida essa seria minha zona
de confronto. Sempre gostei mais das pessoas que me envolvi que elas de mim.
Sem me doei demais. Ainda não sei ser diferente. Acho que não
saberia lidar com essa situação. Talvez pudesse não me adaptar, magoar quem
está comigo e me frustrar. Talvez tivesse medo de arriscar a me libertar
daquilo que já conheço e sei das deficiências incuráveis. Será que vale a pena
deixar de viver aquilo que sempre desejamos por “medo” de não estarmos prontos?
...
Teresópolis e seu nevoeiro...
Como eu amo esse lugar! A fumaça densa
esconde as respostas, mas logo o céu azul, o verde e o sol voltam a aparecer.
Tão logo o tempo se encarregará de resolver as coisas e acalmar os corações.