"A súbita sensação de realização após a compreensão da essência de algo."

Minhas palavras são como um olhar acompanhado de um sorriso, são as janelas de minha casa!

Essas estarão sempre abertas para que o ar se renove e as pessoas possam espiar aquilo que permito aparecer.

Se as cores do interior lhe chamaram a atenção, entre e fique à vontade. Seja bem vindo! :)


segunda-feira, 27 de abril de 2009

Insensíveis do tempo

(Esse texto foi escrito durante minha mudança para Teresópolis.)

Então, tenho uma pergunta: Descer a serra de Teresópolis pro Rio em um carro fechado, com o ar condicionado ligado ou na cabine de um caminhão com os vidros abertos, sol escaldante e vento morno no rosto em uma temperatura de aproximadamente 35° C com o veículo em movimento? Se ainda tenho dúvidas? Claro que não! A segunda opção é indiscutivelmente melhor. Fiz isso hoje e durante a viagem pude pensar em milhares de coisas, como por exemplo, o significado da palavra conforto; posso afirmar que não é tão provedor quanto parece. O conforto do carro faz com que fiquemos em silêncio, já que o som está ligado, não há diálogo. O ar condicionado não permite que haja corrente de ar, que o mesmo se renove. O fato de deslizar na pista nos dá estabilidade e no vai e vem da serra, fechamos os olhos e caimos no sono; ainda que sonhássemos com o paraíso não seria válido, pois ao abrir os olhos, veríamos o quão próximos estamos de lá. Hoje eu olhei, ouvi e senti com todas as partes do meu corpo! Sem o rádio pude ouvir os ruídos dos caminhões na estrada ao passar por mim, enquanto sacudia, pude sentir a potência do motor, o frear, as engrenagens ao trocar de marcha, as rodas em atrito com o chão... coisas que normalmente não percebo. Talvez por estar com meus sentidos aguçados, a paisagem e tudo o que existia lá fora me parecia extremamente convidativo, não conseguia desviar o olhar das árvores, das flores, da cor verde em contraste com o céu azul e as nuvens brancas... estava um dia lindo! O teto do caminhão tinha uma abertura para ventilação, que posicionada à favor do vento fazia com que folhas secas entrassem na cabine. Éramos surpreendidos por elas como um tapa na cara devido a velocidade em que estávamos, ao invés de ficarmos irritados e fecharmos os vidros, fizemos daquilo uma brincadeira, sorríamos e as devolvíamos para a estrada a espera de outras. Vejam só, folhas secas... nem me lembro quando foi a última vez em que toquei em uma. Todos os dias ao passar por determinados lugares, sempre com pressa e devidamente vestidos com nossos sapatos de couro ou tênis da moda, pisamos nelas e ouvimos o "crack", essa deve ser a única lembrança que temos do que ela é; isso quando não estamos surdos para o mundo por estarmos ouvindo música no mp3. Quantas pessoas hoje em dia não se recordam da textura de uma folha, se é que um dia souberam! O conforto nos agrada, mas na verdade o que ele faz é nos privar; antes de situações extremas como sentir muito calor, muito frio ou ficar horas sentados em cadeiras nada anatômicas. Agora, o conforto nos priva de ver, ouvir... nos priva de sentir. Já não sei quando foi que deixei de sentir... acho que o que chamava de "perrengue", foram os momentos em que tive chance de experimentar a sensação maravilhosa de hoje, simplesmente me fundi com todos os eventos que aconteciam simultaneamente ao meu redor, por alguns instantes fiz parte de uma orquestra que toca alto e que o dia a dia nos fez parar de escutar. Quando penso que já vi de tudo, descubro o quanto ainda desejo me surpeender. Aonde estou agora? Deitada na varanda do meu apartamento vazio na Ilha do Governador; achei que seria um bom lugar para deixar que meus pensamentos viessem à tona em forma de palavras... não poderia imaginar que daria tão certo.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O passado está entre nós

Já que o post anterior foi sobre ler, vou aproveitar a deixa para continuar a incentivá-los! Fui escolhida por mais um pingente de ouro entre tantas bijouterias, estou à três capítulos do fim e já sinto saudades. Durante minha mudança perdi coisas importantes, encontrei outras que havia perdido há anos atrás e descobri algumas que nem sabia da existência. No meio dos livros escolares, provas antigas, bilhetes e fotos, encontrei algo com um título estilo "Mãe Dinah". Parecia ter retornado de uma guerra! Cheio de orelhas, rasgado e amarelado... quando o segurei em minhas mãos, sorriu; eu sou manteiga derretida pra essas coisas, senti alí que ele havia me escolhido. Esse livro pertencia a minha mãe e teve sua primeira edição em julho de 1999; chama-se Vida Psíquica, do escritor americano Andrei Ridgeway. Ainda não havia lido nada sobre esse assunto, mas comecei a me interessar assim que observei a lógica do prefácio, acompanhe comigo. Hoje em dia, ao invés de reagirmos à vida instintivamente, através do corpo, temos aparelhos que o fazem por nós. Antigamente, todos os seres humanos só podiam contar com seu instinto para sobreviver; se precisassem encontrar novas ervas para um tratamento, deveriam se deixar orientar através da floresta até a fonte apropriada, em uma caçada, deveriam seguir os impulsos que surgiam em seus corpos, as mensagens sutis que o conduziriam até sua presa; era necessário estar sempre alerta às vozes que o orientavam. Com a televisão, o computador, video games, nossas habilidades psiquícas não são mais exigidas e retornaram ao subconsciente; na maioria das culturas primitivas, poderes como a telepatia (transmissão de pensamento) e a projeção astral (sair do corpo enquanto dorme) eram tão comuns na vida cotidiana quanto a comunicação verbal é hoje, o que enxergamos como uma evolução, paranormalidade, "esquisitisse", nada mais é que nossos talentos obsoletos. Faz ou não faz sentido? Bom, fez pra mim. Eu estava interessada, estava gostando, mas... precisava de algo mais concreto para assumir meu novo caso, meu companheiro nas madrugadas. O capítulo seguinte denomina-se "A criança sagrada" e se inicia com a seguinte frase de Pablo Picasso: " Eu não desenvolvo. Eu sou.", fiquei intrigada. Preparem-se e pasmem. "Chegamos ao planeta totalmente conscientes. Nossos sentidos ainda estão em contato com o espírito; podemos ver em todos os lugares, ouvir todas as coisas, interpretar exatamente o que está acontecendo ao redor, em muitas dimensões ao mesmo tempo, sem nenhuma barreira intelectual a restringir nossa mente. Se pudéssemos falar durante o primeiro ano de vida, seríamos capazes de revelar todos os segredos do lugar de onde viemos, ainda sentíamos a pulsação do nosso objetivo de vida, ela se agitava em nossas células... "Sei porque estou aqui", essa emoção nos percorria o tempo todo. Sem dizermos nada, abríamos o coração das pessoas, nos comunicávamos com o mundo em silêncio, por emanações de sentimento que transcendiam as palavras, se os recém nascidos pudessem conversar, o mistério do ser humano desapareceria." É ou não é fantástico? Agora me diga, em que momento do seu dia teria espaço para um assunto como esse? Digamos que alguém que acabou de conhecer começasse a falar tudo isso, vai dizer que não daria um jeitinho de escapar desse maluco? Vamos lá! Não seja hipócrita, não se tráia... não sinta vergonha em assumir, é isso que te torna diferente dos demais, os que o vendedor de sonhos chama "Normais", membros da sociedade moderna que formam o manicômio global; eles mentem, atuam, diriam que não; que ficariam alí ouvindo tudo com a maior atenção porque gostam de aprender sobre coisas místicas e esotéricas, tá bom.. acredito. Enfim, em determinada parte o livro diz que devemos prestar atenção aos sinais que nos são enviados, e não ignorá-los. Já disse Robert Bly: "Quando a coisa certa acontece, o corpo inteiro sabe", então não venha achar que estou ficando paranóica, filosofando...Desse meu jeito louco, tenho encontrado razão para as coisas boas e ruins que me acontecem, estou em paz e feliz; aprendi a mirar meu amor no alvo certo! Mas, ainda que estivesse enxergando mistiscismo em tudo; sejamos realistas... isso não faz diferença alguma pra você, então não seja ranzinza e deixe-me com minha pequena criação de "nóias", elas me fazem bem! O dia em que deixar de questionar o mundo...Por favor, pergunte a algum conhecido a que horas meu corpo será velado e certifique-se que seja na capela D, ao lado da cantina; pois alí está sempre cheio de gatos e eu adoro gatos. Droga! Não perco essa mania de me extender... aonde estava? Ah sim, os sinais! Vamos à eles! Gosto de ouvir música enquanto estudo, só não havia encontrado um ritmo favorável ao momento... até que recebi um sinal! Estava sozinha (e dessa vez sozinha mesmo, se é que pode-se considerar um felino de quase 10 anos de idade que mal olha pra mim uma companhia) no apartamento de Terê tentando estudar os estilos de época literários e escutando samba de raíz; já havia tentado com rock, pop, funk e até música clássica, simplesmente não estava fluindo. Deixei o quarto e fui até a cozinha beliscar alguma coisa, ao chegar no corredor percebi que havia um outro som a perturbar meu "bati cum dum"...mas, como? Estava sozinha em casa! Se alguém associou esse fato ao texto imenso do dia 27/03, acertou em cheio. No quarto em que minha avó ficava, havia um rádio relógio preto bem antigo...embaixo da cama! Alguém fez o grande favor de programá-lo para despertar às três da tarde! Pois bem, era Marisa Monte com sua voz aguda e angelical a se intrometer no batuque da minha roda de samba! Preciso descrever o que se passou dentro do meu corpo nesse momento? Um rádio liga sozinho, no volume máximo e o som vem do quarto de alguém que deixou seu corpo há alguns dias atrás!Minha frequência cardíaca só teve tempo de jogar uma água no corpo e foi nas alturas! Deu uma bitoca estalada na testa e desceu gritando:
- "Valeu hein, Vó! Brigadão!!"
Estudar depois do almoço, bate aquele soninho da maré alcalina... pra que café, se a gente tem alguém lá em cima pensando na gente? Esse era o susto que precisava pra despertar de vez para os estudos! E o sinal? Bom, deixei toda a modernidade da lista de execução do media player de lado e quem assumiu o microfone foi o radinho da vovó, sintonizado na JB FM, música e informação. Era esse o sinal. Não sei explicar, mas as sequências de músicas variadas, nacionais e internacionais, calmas e agitadas da programação, caíram como uma luva para que encontrasse o caminho da minha concentração. Se estou ficando maluca ou não, não ligo. Poderia estar em estado de choque até agora! Com medo de ficar sozinha, das assombrações... do rádio que liga sozinho, dos ruídos que as barras de ferro das janelas fazem estalando o dia todo devido a mudança de temperatura, mas não. Quis entender dessa forma, acreditar que foi assim. Quantas vezes vou ter que dizer que a verdade é aquela que a gente escolhe acreditar? É a nossa verdade. A mudança é de dentro pra fora, penso assim e meu corpo reage, tudo a minha volta acompanha o que criei. Enquanto pensarem que sou louca, continuarão frustrados. Todos temos uma certa dose de "loucura", a diferença é que a minha é visível.. e a sua? (Frase do livro O vendedor de sonhos) "O passado está entre nós esperando para ser tocado com novos olhos."

domingo, 5 de abril de 2009

Sorte de hoje

Esses dias li algo interessante na sorte de hoje do orkut: "Se quer saber o que vem pela frente, fale com quem está voltando", foi daí que surgiu o primeiro elo de uma corrente de idéias. Quando alguém se propõe a escrever um livro e publicá-lo, provavelmente acredita que o conteúdo do mesmo possa acrescentar a uma maioria, seja como experiência de vida ou apenas entretenimento; costumo dizer que as pessoas que cultivam o hábito da leitura tem algo a mais, são iluminadas, adquirem conhecimento sem gastar energia, são suas mentes que viajam longas distâncias, não seus corpos. Elas se misturam ao enredo, se identificam com um personagem e com ele passam por situações de perigo, medo, angústia, experimentam as mais diversas sensações: amor, desejo, saudade... vão de lágrimas e desespero à uma gostosa gargalhada, tudo isso às vezes em um único capítulo. Conheço pessoas maravilhosas, de defeitos assumidos e qualidades disfarçadas, mas poderia descrevê-las em algumas palavras... Gostaria que se tornassem indescritíveis! Que deixassem o desinteresse e a preguiça de lado e mergulhassem na arte atemporal e universal que utiliza a palavra como instrumento, a literatura. Ler é uma das atividades que mais ativa nosso senso crítico, percepção e sentidos. Alguns justificam a ausência do hábito pela falta de tempo, outros dizem ter "dedo podre" para a escolha de livros, nem sempre você vai amar o "Best Seller" ou concordar com tudo que diz o livro de auto ajuda que ganhou da sua sogra; vá a uma livraria, olhe as capas, as cores, tente se guiar pela intuição ou simplesmente deixe que o destino ou o acaso os taquem em sua cabeça! É bom que seja um bem pesado, pois isso de livro fino, letras garrafais e muitas figuras é coisa de gente preguiçosa ou criança; deixe que sua imaginação construa as imagens.(nada contra os ilustradores de livros infantis.) Comigo funciona assim, não escolho os livros que vou ler, são eles que me escolhem... Se tem alguém por trás disso, não sei; mas se tiver, vale dizer que o cara é bom. O melhor livro que li até hoje foi presente de natal antecipado, enviado pelo sedex por parentes distantes e eis o detalhe final: não era pra mim; eu e minha irmã havíamos ganhado livros, devorei o meu em poucos dias, mas estava babando e querendo mais! Quem não gosta de ler não liga pra livros, quem ama, se torna uma pessoa insaciável. O que minha irmã havia ganho estava pulando de gaveta em gaveta, triste, sozinho, sendo tratado com indiferença pela faxineira que nem mesmo lhe tirava o pó, a beira de um colapso quando enfim, me encontrou. Nos olhamos e um magnetismo inexplicável nos uniu, foi amor à primeira vista. Poderia deglutí-lo em um só dia, mas não queria que a história terminasse; na metade do livro, voltei e recomecei a leitura enchendo as páginas de pensamentos, comentários, bilhetes, anotações e o mandei pra Portugal com um amigo, um amor... para que lhe fizesse companhia durante os meses que estivesse fora, para que ouvisse minha voz em sua mente a cada observação, como se estivéssemos lendo juntos. Bom, para quem já esteve esquecido em uma gaveta e hoje está na Europa com um lindo rapaz, está bem demais! Ah! Para aqueles que tem o "dedo podre", aí está o nome do sortudo viajante: O Vendedor de Sonhos , Augusto Cury; e o nome do lindo rapaz? esse eu não conto. Preste mais atenção ao que as pessoas escrevem em seus perfis, comente, elogie se achar válido. Não tenha medo de dizer coisas boas à alguém, mesmo que não o conheça, não disfarce suas qualidades por receio de que as julguem como interesse ou falsidade, orgulhe-se delas. Essa atitude e o livro, eu recomendo. Mil vezes, recomendo.