"A súbita sensação de realização após a compreensão da essência de algo."

Minhas palavras são como um olhar acompanhado de um sorriso, são as janelas de minha casa!

Essas estarão sempre abertas para que o ar se renove e as pessoas possam espiar aquilo que permito aparecer.

Se as cores do interior lhe chamaram a atenção, entre e fique à vontade. Seja bem vindo! :)


domingo, 19 de julho de 2009

Um nome, um estilo de vida, uma missão.

Entre a fase da infância e da adolescência propriamente dita, existe um meio-termo normalmente chamado pré adolescência. É justamente nessa fase que parecemos estar completamente insatisfeitos, às vezes até em dobro, triplo, quádruplo...
Reclamamos o tempo todo, nada está da forma que gostaríamos. Uma dentre as milhares de coisas que nos incomodam, está a escolha precoce de nossos pais ao nos dar um nome sem ao menos nos consultar. Como mais uma pré adolescente, não gostava do meu. Queria ter me chamado Bruna, Roberta, Rafaela... tudo, menos Renata. É muito gostoso ver como nossa opinião diante de coisas tão pequenas mudam drásticamente ao longo dos anos. Talvez hoje mais madura ou quem sabe apenas fora dessa fase tão perturbadora, consiga além de gostar, admirar o nome escolhido pra mim. Já me permito pensar como mãe pois esse é um desejo antigo, um desejo nato arriscaria dizer. Ter uma pequena vida dentro de si e ansiosa por sua chegada, escolher como irá se chamar não é tão aleatório como pensamos. Algumas mães já decidem o nome antes mesmo do bebê nascer, podendo conversar com ele não mais de forma impessoal. Acredito que seja nesse momento da escolha em que nos tornemos "gente". Se comigo foi assim, não sei, mas é dessa forma que decidi acreditar. Gostei de ter me tornado gente e também desse pequeno pedaço de gente ou projeto de ser humano se chamar Renata. Para os que não sabem, o nome Renata é de origem latina, facilmente reconhecido pelo processo de formação de palavras chamado prefixação ou derivação prefixal. Esse processo ocorre quando a palavra chave permanece a mesma e só o começo ou o final são capazes de sofrer alterações. No latim, "nata" significa nascer e é essa a palavra invariável. Esse termo se relaciona com o sentido de nascimento, como por exemplo natal, natalidade, natalino, talento nato (de nascência) e etc... não me arrisquei em vão. O prefixo "re" significa a repetição de determinada ação, lembrando que cada uma delas é diferente justamente pela oportunidade de refazê-la, reinventá-la, reescrever uma história, reviver um momento. Meus pais não foram nada ingênuos nesse ponto, foi uma escolha óbvia ainda que não intencional. Se acredito na doutrina espírita, na chance da reencarnação para mais uma experiência de aprendizado na intenção de evoluir, ter renascido só prova que não estou aqui a passeio, muito menos em vão. Nasci dia 21 de setembro, o que divide meu signo em dois! O último dia do signo de virgem já iniciando o de libra. Minhas características se espalham nos mesmos de forma perceptível. De acordo com o signo de virgem, sou uma pessoa crítica, introspectiva, calma, generosa e simplista, gostei demais dessa última. Devo viver nos campos, colinas ou regiões próximas as montanhas! Essa característica é como dar banana aos macacos! Calma, já vou chegar nos defeitos. Se evidenciei as qualidades, aqui não será diferente. O virginiano é manipulador, indeciso, nervoso e absolutamente dependente. Nossa! acho mesmo que devia ter esperado mais um pouquinho pra vir ao mundo. O signo de libra me define como ninguém! De acordo com o mesmo, sou uma pessoa dotada de poderosa aura magnética que consegue equilibrar suas paixões com a reflexão. Imparcial, de mente equilibrada, temperamento conciliador buscando sempre harmonia e perfeição, inclusive em casamentos e sociedade. Sensibilidade artística, diplomacia e trato social. O principal defeito que encontra-se em negrito em todas as fontes pesquisadas: manipulação. Fiquei intrigada pela presença dessa característica em ambos os signos e naturalmente fui atrás de suas definições. O sentido de manipulação é extremamente vasto e por isso, impreciso. Pesquisei suas formas de atuação e procurei adaptá-lo. A manipulação psicológica consciente, se realiza à partir do corpo ou por meios psicológicos que atuam diretamente sobre o espírito. É também chamada perfectiva, pois corrige o modo de ser do sujeito manipulado. Em razão do fim a que se propõe o manipulador, ela pode ser necessária, útil, terapêutica, experimental ou egoísta. Tratando-se do manipulador em questão, posso lhes afirmar que a que melhor se encaixa em minha personalidade acima descrita, é a manipulação útil, pois procura melhorar a situação do sujeito manipulado ou a de ambos. É de fato pra isso que servem minhas epifanias. Quando algo acontece em minha vida e me faz perceber determinadas coisas, é quase que imediato, corro e escrevo! São pensamentos, reflexões, idéias, conselhos à mim mesma e aos que eventualmente possam estar lendo e se identificar com alguma situação descrita. É pra isso que escrevo, pra ajudar. É por isso que faço, pelo prazer indescritível. É com isso que me realizo... minha maneira de renascer a cada ponto final.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

ai ai...

* Fique atento à textos que se iniciam por um suspiro, principalmente se precedidos de uma profunda inspiração e posterior expiração... acredite, lá vem bomba!

Hoje preciso falar da ironia, essa sempre tão presente nas situações corriqueiras do dia a dia.
Sabe aquela sensação de preparar um churrasco para um amigo que resolve te avisar alí que é vegetariano? Então, é por ai. Nos últimos dias venho tendo uma sensação semelhante, descobri que presenteei com um livro alguém que não gostava de ler. O livro é simplesmente encantador, cheio de lindas mensagens que se aplicariam perfeitamente a qualquer época e situação. O que acho engraçado é que nos conhecemos através de meus textos, o que naturalmente me fez pensar que saberia aproveitar o presente. A princípio sorriu, agradeceu, o segurou por um tempo, folheou algumas páginas e o colocou em cima de um pequeno móvel. Após visitá-lo 5 meses depois, percebi o livro no mesmo lugar, intacto! Sei disso pois precisei me certificar que o marcador de páginas estava aonde havia deixado, não queria acreditar que tamanho disperdício fosse possível. O livro era meu, fazia parte de mim.. esses dias mesmo senti saudades e desejei reler um trecho que gostava. E ai? ah, não tenham dúvidas! Peguei meu livro de volta. Ainda sou capaz de perguntar se está gostando da leitura e a pessoa na maior cara de pau reponder que está amando! Prefiro rir pra não chorar, antes cômico que trágico! Não sinto raiva, arrependimento e nem mesmo a culpo por isso, gosto é algo muito relativo. Quantos seguram livros e nem mesmo sabem ler? Quantos sabem, querem, mas não tem acesso? São para essas pessoas com sede de conhecimento que meu presente deveria ir. Hoje ele está comigo, mas logo ganhará um novo lar. Sou à favor que o conteúdo convença, que a idéia se espalhe, coisa boa não deve ficar trancada na gaveta. Se não fosse eu a pegá-lo de volta, não demoraria muito pra que algum admirador de obras literárias o pedisse emprestado sem saber que estaria ganhando de presente, é o típico: "Gostou? pode ficar, leva pra você". Se era indiferente, melhor assim. Às vezes vejo as pessoas tão vazias, conformadas, acomodadas; é como deixar algo valioso nas mãos de alguém que não saberá como cuidar, e não saberá por opção. Determinadas coisas exigem o mínimo de empenho, basta querer, qualquer um sabe disso, o que mais me incomoda é não reconhecerem que não gostam de algo ou simplesmente não querem mais. Ficam num jogo de empurra que parece não ter fim. O mesmo se aplica a estudar para uma prova, realizar um trabalho ou terminar um relacionamento. Se não querem ter cultura e adquirir conhecimento, tudo bem, algumas pessoas são felizes assim. Se me contento com o pouco relevante e valorizo o trivial, eles também podem estar satisfeitos em suas limitações. Há excelentes obras espalhadas por aí e o que não falta e isso eu posso lhes garantir, são grandes homens ávidos por desvendar as belezas da vida acreditando até que a maior delas possa estar num livro, ou num simples sorriso que se espera dias pra ver... embora já esteja de olho em um possível merecedor, o mesmo ainda se encontra em minhas mãos. "Todos temos 46 cromossomos em nossas células, mas temos diferenças cruciais na capacidade de suportar adversidades. Precisamos expandir nosso nível de suportabilidade, pois ninguém tem céu sem tempestade." E não é verdade? Essa é apenas mais uma dele, Augusto Cury... meu vendedor de sonhos! Ele não se cansa de acertar...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Auto amor

Já não pensava que fosse capaz de acordar e dormir pensando numa só pessoa nem mesmo ficar horas a imaginar como seria a olhar nos olhos e sentir sua respiração, viver a fantasia de um coração apaixonado, a ilusão de um amor platônico. Desejar incontrolavelmente o toque da pele, o peso do corpo, o cheiro... já deixou de ser puro o meu amor, divino, perfeito. Ele é também promíscuo, vulgar, é humano. Me pego pensando qual seria a textura dos lábios e que gosto teria o beijo. Haveria de me deixar completamente vulnerável e entregue ou nada me faria sentir? ah, disso eu duvido. Como seria ficar a te olhar enquanto dorme?
Enquanto espera que sua alma retorne de uma longa e revitalizante viagem. Como seria ter o privilégio de estar alí quando retornasse? Ser a primeira à receber o brilho dos seus olhos logo pela manhã. Te surpeender. Te fazer esquecer o porque de tudo, te tirar a noção de tempo, de espaço. Te fazer sentir com as partes do corpo e se expressar pelos poros da pele.
Te trancar dentro de mim e te fazer me ouvir, me fazer te ouvir, te fazer se amar, me amar.
Não é preciso... merecer seu sorriso é a melhor razão de existir.
Mas eu quero essa dúvida, essa espera, essa incerteza. Quero me perder nas hipóteses e me encontrar em cada situação provável, quero viver cada uma delas como quem vive o imprevisível, o indescritível. Quero ficar apreensiva quanto ao rumo de um caminho, mas com a vaga sensação de que tudo vai dar certo. Quero chorar por ser amada e sorrir por não ser correspondida, quero rir de mim, rir de ti, das nossas loucuras e excesso de maturidade que simplesmente não condiz com a época que vivemos. Quero continuar a desmerecer seus conselhos e rejeitar seus carinhos como forma de me convencer de seu amor incondicional. Quero continuar não acreditando que existam boas intenções por trás de suas atitudes pois no fundo, sei que és a única em que posso confiar. Quero continuar a dizer que não dependo e nem preciso de ti, porque sei que estarás comigo aonde quer que vá e isso não há de mudar. Quero pensar que ao me afastar de tudo estarei sozinha, apenas por ter certeza que não há a menor chance disso acontecer. Ah você, só você... foi comigo do céu ao inferno centenas de vezes sem dizer sequer uma palavra, jamais usou o tom de reprovação pois considera toda experiência válida, não se deixa abater pelas coisas ruins e me faz lembrar de nós quando penso em desistir. É quem vive comigo e vive pra mim em tempo integral. Cuida do meu corpo, minha mente e do meu coração. Me deseja todos os dias, me faz sentir linda, importante, necessária... quando não, essencial. E eu, o que tenho feito por você?
Não é preciso... merecer seu sorriso é a única razão pra existir.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Curriculum Vitae

A expressão que entitula o texto abaixo vem do latim que em português quer dizer, currículo de vida. Ironicamente, seu conteúdo baseia-se na trajetória educacional e acadêmica de um indivíduo; aonde cursou e concluíu os ensinos fundamental e médio e se tem ou não ensino superior, como se viver se limitasse a salas de aula e corredores de universidades. Hoje em dia não ter o diploma de ensino médio nos impede de cursar uma faculdade e a ausência da mesma, de conseguirmos um emprego em que sejamos suficientemente remunerados. Não estou dizendo que não seja importante, de forma alguma; tenho uma enorme admiração pelos mestres e professores em suas instituições, só não concordo com o fato da ausência de um diploma nos excluir ou anular, mesmo que tenhamos experiência na área. Eis o que questiono: até que ponto o que pensamos, sentimos e vivemos é menos importante que o diploma? Certa vez presenciei uma situação um tanto curiosa, pelo fato de ser comum e jamais ter me causado tal reação.
Estava próxima a alguns alunos do nono ano que estudávam matemática, um deles parecia não estar acompanhando o raciocínio e então um colega se ofereceu pra ajudá-lo. Percebendo que não estava adiantando, comunicou ao resto do grupo:
- Gente, ele não consegue resolver o problema mais ridículo! É muito burro!
A mudança na expressão do jovem enquanto faziam algazarra zombando de sua dificuldade foi notória. Era de fato um problema simples, mas isso não significava que fosse incapaz. Já havia me informado sobre seu histórico escolar, sua dificuldade de concentração e aprendizado se devia a ausência da figura paterna e a constante mudança de endereço e cidade. Como esperar que alguém que vive nessa bagunça conseguisse resolver problemas envolvendo cálculos? Isso sem mencionar a atitude dos outros jovens, que para estarem rindo deveriam ser gênios, não é mesmo? Já poderiam inclusive estar lecionando! Se bem que com essa didática toda, não durariam mais de uma hora no emprego. Ao vê-lo constrangido, com os olhos baixos ameaçando chorar, não me contive e imediatamnte intervi:
- Não, ele não é burro. Saber ou não isso aí não quer dizer nada.
Vocês só precisam dominar esse assunto para conseguir ao longo dos anos diplomas e certificados... Isso apenas para provar ao estado, a sociedade e aos seus pais de que são capazes, e sabem por que? Pois eles precisam disso pra se orgulhar, se orgulham por pouco, muito pouco. Sei que exagerei, mas não podia deixar que o diminuíssem daquela maneira, não diante dos meus olhos. As pessoas tem limitações, se ele não era bom em matemática talvez fosse em história. Ainda que não fosse bom em nenhuma matéria, não devia permitir que o fizessem duvidar nem por um segundo que fosse menos digno de estar alí que os demais. Ninguém é tão limitado a ponto de não saber fazer nada. De que adianta ter facilidade em física, querer ser piloto e ter medo de altura? Ou o 1° lugar de medicina não conseguir ver sangue? O currículo da vida não deve se limitar a diplomas e aprovações e sim a romper nossos próprios limites, pois assim estaremos fazendo por nós. Quando tiro 10,0 em inglês, acho bacana. Quando tiro 9,5, fico possessa! O bom mesmo é pegar aquela matéria que promove uma hemorragia no boletim e parece estar em outra língua, estudar a madrugada toda na noite anterior a prova e tirar 6,0. "Nossa! Que nota medíocre Renata.. nem é azul, a hemorragia continua aí, fala sério! Perdeu uma noite de sono pra tirar um mísero 6,0?" Exato, mas não perdi nada não; como diz meu pai: deixo pra dormir quando morrer, e o que eu ganhei, não há dinheiro no mundo nem nota 10,0 em inglês que possa pagar: reconhecimento, auto confiança, superação. Talvez não pra você, para a professora ou meu pai, que irá assinar o boletim desconsolado, mas para mim que sei o quanto foi difícil entender todos aqueles processos e memorizar as fórmulas. Sabe o lance do copo com água pela metade? Ele pode estar meio cheio ou meio vazio, depende do ponto de vista do observador. Prefiro valorizar o que tenho em mãos e não o que deixou de acontecer, não ficarei triste nem me considerando burra por ter errado 4 questões; apenas procurarei identificar meu erro e corrigí-lo para que não volte a cometer, ficarei muito feliz por ter acertado aquelas 6, ter conseguido desenvolver de maneira correta e ter lembrado a porcaria da fórmula. Eu continuo dizendo que essa é a base de tudo. Me desculpe se não tirei o 10,0 que a professora queria como prova de que tem feito um bom trabalho, nem que meus pais precisávam para ter certeza que seu dinheiro não estaria sendo mal investido, me desculpe se os decepcionei... mas, antes à vocês que a mim! Estou em paz com a minha consciência e de cabeça erguida. Acho um absurdo e me angustio só de pensar que existem crianças que apanham e ficam de castigo por causa de notas ruins. Não há ninguém orgulhoso e contente pelos 6 acertos, estão insatisfeitos pois queriam 10 e envergonhados pelos 4 erros; ainda dizem que tirar a nota máxima não é mais que a nossa obrigação já que só fazemos isso, estudar. Também acho que parabenizá-lo pelo que foi conquistado e compreender o que não foi, encorajando-o a estudar mais para que na próxima prova o número de acertos seja ainda maior.. não seja mais que a obrigação de alguém que optou por ser tutor de uma vida. Eu não disse que precisavam de provas e se orgulhávam por pouco? Vamos, continue preocupando-se apenas em lotar seu currículo com competências e habilidades até transbordar. Faça o que os outros esperam, dê à eles essa satisfação. No final das contas, quando virar comida de inseto no jazigo da família, perceberá que farão com o seu currículo cheio de títulos, o mesmo que fez com sua vida: o rasgarão pausadamente em 2, 4, 6 e consequentes pedacinhos! Viveu por eles e pra eles, e quanto à você? É melhor mesmo que exista vida após a morte pra que possa recuperar o tempo perdido... Lembrei-me agora de uma música que gosto muito! "Quantas chances disperdicei quando o que eu mais queria era pra provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém." É, de fato! Ah, Renato Russo! Gente boa vem pra cá se libertar através da consciência alterada e fazer orgias! Tudo bem que duram pouco, mas o suficiente pra deixar sua mensagem. Eu, por via das dúvidas já estou me adiantando. Não faço questão de ter um 10 fácil, mas um 6 difícil... Não me importo em viver o que pra alguns seja uma vidinha medíocre, pelo menos é a que escolhi pra mim.

Identicidade

Um pouco de tinta na ponta no polegar direito e a marca deixada ao pressioná-lo contra o papel, já representariam a essência desse texto. A impressão digital é apenas uma das formas de se provar que cada indivíduo é dotado de características físicas e psicológicas particulares. Fazer comparações entre coisas estáticas que permitam que se encontre semelhanças e diferenças é até comum, o que não consigo entender é a insistente tentativa em querer comparar o incomparável, inigualável, indescritível, inconstante e mutável, os seres humanos. Um exemplo muito comum desse fato é o concurso público ou o vestibular, algumas pessoas apenas estudam anos e anos e não conseguem a pontuação necessária, outras trabalham, tem família e responsabilidades, estudam de madrugada quando o cansaço não os consome e conseguem a aprovação. Como explicar tal situação? Falta de compromisso, preguiça, vagabundagem... é, talvez. Dificuldade de concentração e consequentemente assimilação do que está sendo ensinado... bem provável. Falta de vontade? Não, isso não. É o cúmulo da incerteza existencial (quem você pensa que é?) questionar a vontade de alguém numa situação como essas. Em situações de grande pressão, o sistema nervoso e o estado emocional ficam intimamente ligados, além da cobrança dos familiares e das pessoas que confiam em nosso potencial, existe a auto cobrança ; falhar nessas horas significa decepcionar os que acreditaram em nós, mas pior que isso, significa colocarmos em dúvida nossa capacidade de ser e existir... parece exagero, mas só quem já passou pela sensação do fracasso é capaz de compreender o que estou dizendo, e são essas pessoas especificamente que não admito ousar a tecer qualquer comentário à meu respeito. O processo de preparação para que possamos provar ao estado que estamos aptos à entrar em uma universidade tomando como base o ensino médio, muitas vezes provido pelo próprio, já é sacrificante o suficiente para que ainda precisemos ser diminuidos e reprimidos quando comparados à outras pessoas. Quantos não se formam em determinada carreira e acabam trabalhando em outra, quantos ganham dinheiro sem trabalhar e que trabalham sem ganhar nada? Esqueça o estado, nossos pais e parentes, esqueça o resto da sociedade, o resto do mundo: o que realmente isso prova ou significa para você? Então, pois é.. isso basta. As razões para essa não aprovação podem ser inúmeras, inclusive a de existir um número de vagas infinitamente menor que o número de inscritos no processo seletivo, como meus sábios professores do curso pH Tijuca diziam: "Infelizmente, muita gente boa vai ficar de fora.", até no desempate, fica com a vaga o mais velho, implicitamente querendo dizer que o mais novo tenha tempo para fazer mais um ano de cursinho e passar na próxima tentativa. Ao menos nesse aspecto os vestibulandos de carteitinha estão com certa vantagem, se tirarmos a mesma nota que um marinheiro de primeira viagem, entramos e ele não... o que já deve ter acontecido conosco diversas vezes, ninguém morre por isso. Então, como é que um cara desses passa e eu não? muito simples. Nosso nome, idade, estado civil, altura, peso, cor dos olhos, cabelos, arcada dentária, estrutura óssea, etnia, material genético e etc... não são os mesmos, porque acha que nosso resultado em uma prova deveria ser? O que aconteceu com ele antes de estar sentado naquela cadeira e comigo, foi diferente, desde o que ingerimos no café da manhã até as reações químicas que ocorrem em nosso corpo. Pareço estar falando de coisas que não tem absolutamente nada a ver com a questão, não é? Bom, o fato de questionar meu resultado é tão absurdo quanto. As pessoas tem limitações, acho importante identificar aonde estão e o que pode ser feito para rompê-las caso seja relevante ou necessário. É relevante que a quem o resultado se refere saiba aonde errou, porque errou e como fará pra melhorar. É necessário que as pessoas tenham o mínimo de bom senso e respeito ao questionar determinados assuntos caso queiram exigir o mesmo de nós. Já que não somos idênticos como parecem tratar os casos e situações que nos envolvem, a hierarquia existe não só entre adultos e crianças, pais e filhos, professor e aluno, patrão e funcionário, existe de indivíduo para indivíduo. Peço desculpas caso tenha sido grosseira ou indelicada, mas precisava disso. *Obrigada. : )

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Teresópolis

(A famosa "Terra do nunca" segundo alguns moradores que ousam afirmar que aqui nunca tem nada pra se fazer.
Ontem foi aniversário da cidade e como uma forma de demonstrar meu carinho, fiz algumas modificações nesse sentido.)
Aonde o tempo não passa. As crianças não crescem, os adultos não envelhecem e os idosos não morrem. Ninguém fica doente, não chora e nem sente dor, não há tristeza que os faça perder a alegria nem decepção que os faça deixar de acreditar. O cheiro do perfume, os olhares, o gosto do beijo e o toque de mãos são mais intensos, mais sinceros. O amor, as amizades e até o desejo de viver renasce a cada dia como uma nova manhã. O sol brilha mais, o ar é mais puro e o vento mais fresco, as montanhas de puro verde e as cachoeiras de águas gélidas e cristalinas tornam o lugar ainda mais bonito. As paisagens parecem ter saído de um filme sobre a terra primitiva quando a natureza ainda era a única responsável pela dinamicidade e sincronismo de suas formas. A expectativa de vida parece ser inversamente proporcional à quantidade de asfalto, prédios e centros comercias, cada árvore com suas raízes presas ao chão simboliza a presença do que nos une ao que não podemos ver nem tocar, apenas sentir: o verdadeiro e real sentido de estar aqui. Em plena guerra civil e nas circunstâncias em que me encontro, faço questão de valorizar as vantagens de se viver em uma cidade pequena. O espaço físico e as condições climáticas não poderíam ser mais agradáveis. Melhor qualidade e menor custo de vida a apenas 90 km do centro do Rio de Janeiro. É o lugar perfeito pra descansar e estudar. Não existem muitas opções de programas para jovens, a não ser pelas festas universitárias ao longo do ano o ritmo é bem tranquilo. Pensando bem, melhor mesmo que a bagunça fique lá pra baixo! Se existe pouco pronto é porque ainda há muito o que fazer!
Considerando meus atuais objetivos, sem dúvidas é exatamente aonde deveria estar.

sábado, 4 de julho de 2009

Dia das mães

O texto que segue foi uma carta entregue à 7 mães em seu respectivo dia esse ano. Foram escolhidas à dedo... hoje, não seriam apenas 7. Fico imensamente feliz por conhecer pessoas que mereceriam ler coisas assim todos os dias, espero que essas palavras sirvam não só para elas, mas principalmente para os que estão na mesma condição que eu, filhos. : )

* Precisei que o dia das mães se aproximasse para questionar e posteriormente compreender a importância desses seres humanos em nossas vidas, principalmente para que hoje pudesse dividir com vocês o que descobri em meus pensamentos, o quanto são especiais. Primeiramente gostaria de recordá-los tanto de forma científica quanto espiritual, o processo de gestação (lembrando que ser mãe não se resume em estabelecer laços biológicos). Na maioria dos casos os filhos são frutos de um amor, independente da durabilidade do mesmo, no momento da consumação foi sincero e real. O pai fornece a semente e a mãe o lugar para que essa possa germinar, por isso dizemos que a criança gerada é responsabilidade de ambos. Partindo de uma lógica aparentemente absurda, elaborei motivos para acreditar que pais e filhos são uma só pessoa. Viemos de nossos pais e somos gerados em nossas mães, ficamos por 9 meses imersos em seu líquido intra uterino, respiramos e nos nutrimos através delas, sentimos seu nervosismo, desejos, angústia, insegurança e felicidade, somos parasitas intra e extra corpóreos até no mínimo completarmos a maioridade. Somos parte delas como um membro, feitos do mesmo material orgânico... Após toda essa explanação, acho que ficamos mais próximos de compreender a dor de uma mãe ao perder um filho...assim como ao perdermos nossos pais, sentímos nossas raízes sendo arrancadas do chão, nos vemos frágeis, sozinhos, mesmo com 30 anos de idade, nos sentiremos como uma criança perdida no shopping. Não sei quanto as outras meninas mais novas ou mais velhas que eu, mas me recuso a deixar essa vida sem antes passar pela experiência de ser mãe. Não tenho dúvidas de que esse será o dia mais feliz da minha vida, quando puder gerar, cuidar, amar e proteger um pedacinho de mim, prepará-lo para o mundo, para continuar o que comecei. Sou adepta à tese defendida por Andrei Ridgeway sobre a criança sagrada: "Se pudéssemos falar durante o primeiro ano de vida, seríamos capazes de revelar todos os segredos do lugar de onde viemos, ainda sentíamos a pulsação do nosso objetivo de vida que se agitava em nossas células...Sem dizermos nada, abríamos o coração das pessoas, nos comunicávamos com o mundo em silêncio por emanações de sentimento que transcendiam as palavras, se os recém nascidos pudessem conversar, o mistério do ser humano desapareceria." Por isso que quando crianças somos mais carinhosos com nossos pais, dizemos que os amamos, fazemos trabalhinhos na escola homenageando datas comemorativas e outras coisas das quais tenho certeza que sentem saudades. Acredito que durante nossas vidas traçamos um gráfico não linear, na verdade uma parábola. Durante a infância nossa criança sagrada permanece ativa, mas com o tempo acabamos esquecendo nosso principal objetivo. Não sei exatamente porque durante a adolescência confrontamos nossos pais o tempo todo! Acredito que talvez por ser quando estamos começando a desenvolver nossa opinião própria e senso crítico, nossa autenticidade. Saber que o que um dia fez parte deles diverge tanto do molde original os incomoda, para eles é difícil se acostumar com tanta rebeldia e para nós, tanto autoritarismo. Nos tornamos cargas opostas de energia que se repelem! Com o passar dos anos aprendemos a compreender as atitudes de nossos pais, principalmente a nos surpreender com seu amor incondicional. Passamos a nos sentir no dever, já no meu caso, no direito a ter o prazer de poder cuidar dos que cuidaram de mim, protegê-los, amá-los, ter a mesma paciência e carinho que tiveram comigo quando estava aprendendo a andar, falar, ler... Colocando na balança, saldo positivo e negativo... Eles merecem e merecem muito. Quando bem mais velhos, já estando aptos a compreender, saber como agir, o que dizer e como dizer... muitas vezes o tempo já os levou e perdemos a chance.
Hoje, no dia das mães, quero deixar uma mensagem que li em um texto que ficou famoso por ter sido narrado por Pedro Bial, de autoria de Mary Schmich: "Dedique-se a conhecer seus pais, é impossível prever quando eles terão ido embora, de vez." Se esse dia das mães for o último, faça com que seja inesquecível.
Falo como filha. Seja uma criança que não teme em dizer que ama, um idoso que já passou por muitas coisas, inclusive a maternidade e faça o que gostaria que seus filhos fizessem por você...ou até mesmo um adolescente que briga, grita e chora...mas, seja! Para todas vocês mamães... Um Maravilhoso dia!

O presente é o passado visto com outros olhos

Os pronomes demonstrativos "essa" e "aquela" tem a função de nos aproximar ou afastar daquilo à que nos referimos. Temos o costume de recordar saudosamente os bons e velhos tempos passados, como se os dias atuais também não tivessem seu valor. Hoje quero e preciso falar de alguém que existiu há alguns anos atrás.Suas caracterísicas eram facilmente notadas, seu jeitinho meigo, timidez excessiva e seu medo inconsequente da solidão.A ausência de auto controle e instabilidade emocional eram seus fiéis companheiros, insegura e repressora de seus próprios sentimentos, vivia atuando em busca de aceitação e na maioria das vezes isso não acontecia.Apesar de considerar válido que reconheçamos nossos erros mesmo que tardiamente, não existe sensação pior que a de se sentir impotente, pensar que poderia ter sido diferente e saber que não há nada que possamos fazer a não ser lembrar e lamentar, é angustiante. Mas, quer saber? é importante sabermos nos perdoar. Passou. A única coisa capaz de nos manter ligados ao nosso passado é a nossa vontade de que assim seja. Talvez tenha ficado presa a lembranças e memórias sem deixar que perdessem o cheiro ou a cor. Talvez por sentir saudades da que fui, não quisesse enxergar o que me tornei.Talvez por desejar reviver determinados momentos pra agir de outra forma, tenha me negado a protagonizar novas experiências. Sempre fiz questão de gritar aos quatro cantos do mundo o quanto estava melhor, mais segura, mais feliz... talvez pra que me convencesse disso. Um poema da autoria de Marcelo Camelo, músico e intérprete que admiro, nos fala assim:
"Eu, você e todos os encontros casuais.
Os ais e os ão de ser e todos os casais também.
Olha, até quem achou que nunca ia, esse ia se espantar de ver.
Que o ódio, o amor e até eu vou pra ver no que vai dar...
A massa, a moça e até esse pra sempre, tudo passa."
O nevoeiro que deixava o ambiente sombrio, triste e sem vida se foi. O colorido vibrante, o contraste de elementos, a luz, o cheiro, o tom, aqui estão mais uma vez! É tão bom poder ouvir sem sentir, olhar e não chorar, guardar momentos, cenas, uma história. O passado tem a honrosa missão de nos lembrar no presente que nada, definitivamente nada...foi em vão.

Namoroando

"Os dias que me vejo só são dias que me encontro mais.." Embora no meu caso, estar namorando seja uma ação constante. Apenas durante o tempo em que estive sozinha pude me conhecer, fiz uma retrospectiva dos meus relacionamentos anteriores, pesei erros e acertos, analisei atitudes e finalmente constatei, sou muito. O difícil não foi encontrar alguém que merecesse esse muito nem mesmo que tivesse o mesmo a oferecer, mas quem estivesse disposto a compartilhar! Qualidades e defeitos, vantagens e desvantagens, momentos bons, divertidos e outros dos quais faremos questão de abstrair, afinal seria ilusão pensar que viveríamos somente dias perfeitos. Queria alguém que respeitasse minha individualidade, priorizasse a amizade acima de qualquer outro sentimento e que fosse adepto da sinceridade extrema ao invés de mascarar reais e não menos dignas intenções. Que contrariasse sem medo a falsa lógica do amor pensando: Se te amo, te quero feliz, o que abrange uma infinidade de situações, inclusive a de não estarmos juntos futuramente.Alguém que não quisesse se anular misturando vidas na expectativa ilusória de formar uma só, mas que quisesse estar comigo, caminhar lado a lado de mãos dadas como duas pessoas de histórias distintas que hoje protagonizam o mesmo capítulo. O desenrolar dos fatos não depende exclusivamente da nossa vontade, mas de todo um enredo. Novos personagens que por ventura irão aparecer, o espaço físico que poderá se modificar, o tempo, as prioridades...Então, o segredo para não se frustrar é acompanhar os acontecimentos como um mero espectador, se angustiando a cada clímax e supreendendo a cada desfecho pra no final limpar os olhos molhados em lágrimas e de tamanho orgulho e satisfação, sorrir: "Como é bom olhar pra trás e admirar a vida que soubemos fazer!"Um namoro é mais uma junção de elos em uma grande corrente chamada vida.Penso que ao assumirmos um relacionamento, não perdemos nossa liberdade, apenas ganhamos companhia pra gozar a plenitude da nossa juventude! Vivemos, descobrimos, exploramos e aprendemos em dupla... ao meu ver esse fato só é capaz de nos trazer vantagens! Independente de como termine essa parceria, se daqui há alguns meses, anos ou quem sabe só com a morte, é importante lembrar que cada minuto é válido. O que nos cabe é aproveitar!Se entregar e deixar acontecer fazendo com que esse período de experiência mútua seja no mínimo prazeroso!
Ah, é o que tenho feito.