"A súbita sensação de realização após a compreensão da essência de algo."

Minhas palavras são como um olhar acompanhado de um sorriso, são as janelas de minha casa!

Essas estarão sempre abertas para que o ar se renove e as pessoas possam espiar aquilo que permito aparecer.

Se as cores do interior lhe chamaram a atenção, entre e fique à vontade. Seja bem vindo! :)


sexta-feira, 10 de abril de 2009

O passado está entre nós

Já que o post anterior foi sobre ler, vou aproveitar a deixa para continuar a incentivá-los! Fui escolhida por mais um pingente de ouro entre tantas bijouterias, estou à três capítulos do fim e já sinto saudades. Durante minha mudança perdi coisas importantes, encontrei outras que havia perdido há anos atrás e descobri algumas que nem sabia da existência. No meio dos livros escolares, provas antigas, bilhetes e fotos, encontrei algo com um título estilo "Mãe Dinah". Parecia ter retornado de uma guerra! Cheio de orelhas, rasgado e amarelado... quando o segurei em minhas mãos, sorriu; eu sou manteiga derretida pra essas coisas, senti alí que ele havia me escolhido. Esse livro pertencia a minha mãe e teve sua primeira edição em julho de 1999; chama-se Vida Psíquica, do escritor americano Andrei Ridgeway. Ainda não havia lido nada sobre esse assunto, mas comecei a me interessar assim que observei a lógica do prefácio, acompanhe comigo. Hoje em dia, ao invés de reagirmos à vida instintivamente, através do corpo, temos aparelhos que o fazem por nós. Antigamente, todos os seres humanos só podiam contar com seu instinto para sobreviver; se precisassem encontrar novas ervas para um tratamento, deveriam se deixar orientar através da floresta até a fonte apropriada, em uma caçada, deveriam seguir os impulsos que surgiam em seus corpos, as mensagens sutis que o conduziriam até sua presa; era necessário estar sempre alerta às vozes que o orientavam. Com a televisão, o computador, video games, nossas habilidades psiquícas não são mais exigidas e retornaram ao subconsciente; na maioria das culturas primitivas, poderes como a telepatia (transmissão de pensamento) e a projeção astral (sair do corpo enquanto dorme) eram tão comuns na vida cotidiana quanto a comunicação verbal é hoje, o que enxergamos como uma evolução, paranormalidade, "esquisitisse", nada mais é que nossos talentos obsoletos. Faz ou não faz sentido? Bom, fez pra mim. Eu estava interessada, estava gostando, mas... precisava de algo mais concreto para assumir meu novo caso, meu companheiro nas madrugadas. O capítulo seguinte denomina-se "A criança sagrada" e se inicia com a seguinte frase de Pablo Picasso: " Eu não desenvolvo. Eu sou.", fiquei intrigada. Preparem-se e pasmem. "Chegamos ao planeta totalmente conscientes. Nossos sentidos ainda estão em contato com o espírito; podemos ver em todos os lugares, ouvir todas as coisas, interpretar exatamente o que está acontecendo ao redor, em muitas dimensões ao mesmo tempo, sem nenhuma barreira intelectual a restringir nossa mente. Se pudéssemos falar durante o primeiro ano de vida, seríamos capazes de revelar todos os segredos do lugar de onde viemos, ainda sentíamos a pulsação do nosso objetivo de vida, ela se agitava em nossas células... "Sei porque estou aqui", essa emoção nos percorria o tempo todo. Sem dizermos nada, abríamos o coração das pessoas, nos comunicávamos com o mundo em silêncio, por emanações de sentimento que transcendiam as palavras, se os recém nascidos pudessem conversar, o mistério do ser humano desapareceria." É ou não é fantástico? Agora me diga, em que momento do seu dia teria espaço para um assunto como esse? Digamos que alguém que acabou de conhecer começasse a falar tudo isso, vai dizer que não daria um jeitinho de escapar desse maluco? Vamos lá! Não seja hipócrita, não se tráia... não sinta vergonha em assumir, é isso que te torna diferente dos demais, os que o vendedor de sonhos chama "Normais", membros da sociedade moderna que formam o manicômio global; eles mentem, atuam, diriam que não; que ficariam alí ouvindo tudo com a maior atenção porque gostam de aprender sobre coisas místicas e esotéricas, tá bom.. acredito. Enfim, em determinada parte o livro diz que devemos prestar atenção aos sinais que nos são enviados, e não ignorá-los. Já disse Robert Bly: "Quando a coisa certa acontece, o corpo inteiro sabe", então não venha achar que estou ficando paranóica, filosofando...Desse meu jeito louco, tenho encontrado razão para as coisas boas e ruins que me acontecem, estou em paz e feliz; aprendi a mirar meu amor no alvo certo! Mas, ainda que estivesse enxergando mistiscismo em tudo; sejamos realistas... isso não faz diferença alguma pra você, então não seja ranzinza e deixe-me com minha pequena criação de "nóias", elas me fazem bem! O dia em que deixar de questionar o mundo...Por favor, pergunte a algum conhecido a que horas meu corpo será velado e certifique-se que seja na capela D, ao lado da cantina; pois alí está sempre cheio de gatos e eu adoro gatos. Droga! Não perco essa mania de me extender... aonde estava? Ah sim, os sinais! Vamos à eles! Gosto de ouvir música enquanto estudo, só não havia encontrado um ritmo favorável ao momento... até que recebi um sinal! Estava sozinha (e dessa vez sozinha mesmo, se é que pode-se considerar um felino de quase 10 anos de idade que mal olha pra mim uma companhia) no apartamento de Terê tentando estudar os estilos de época literários e escutando samba de raíz; já havia tentado com rock, pop, funk e até música clássica, simplesmente não estava fluindo. Deixei o quarto e fui até a cozinha beliscar alguma coisa, ao chegar no corredor percebi que havia um outro som a perturbar meu "bati cum dum"...mas, como? Estava sozinha em casa! Se alguém associou esse fato ao texto imenso do dia 27/03, acertou em cheio. No quarto em que minha avó ficava, havia um rádio relógio preto bem antigo...embaixo da cama! Alguém fez o grande favor de programá-lo para despertar às três da tarde! Pois bem, era Marisa Monte com sua voz aguda e angelical a se intrometer no batuque da minha roda de samba! Preciso descrever o que se passou dentro do meu corpo nesse momento? Um rádio liga sozinho, no volume máximo e o som vem do quarto de alguém que deixou seu corpo há alguns dias atrás!Minha frequência cardíaca só teve tempo de jogar uma água no corpo e foi nas alturas! Deu uma bitoca estalada na testa e desceu gritando:
- "Valeu hein, Vó! Brigadão!!"
Estudar depois do almoço, bate aquele soninho da maré alcalina... pra que café, se a gente tem alguém lá em cima pensando na gente? Esse era o susto que precisava pra despertar de vez para os estudos! E o sinal? Bom, deixei toda a modernidade da lista de execução do media player de lado e quem assumiu o microfone foi o radinho da vovó, sintonizado na JB FM, música e informação. Era esse o sinal. Não sei explicar, mas as sequências de músicas variadas, nacionais e internacionais, calmas e agitadas da programação, caíram como uma luva para que encontrasse o caminho da minha concentração. Se estou ficando maluca ou não, não ligo. Poderia estar em estado de choque até agora! Com medo de ficar sozinha, das assombrações... do rádio que liga sozinho, dos ruídos que as barras de ferro das janelas fazem estalando o dia todo devido a mudança de temperatura, mas não. Quis entender dessa forma, acreditar que foi assim. Quantas vezes vou ter que dizer que a verdade é aquela que a gente escolhe acreditar? É a nossa verdade. A mudança é de dentro pra fora, penso assim e meu corpo reage, tudo a minha volta acompanha o que criei. Enquanto pensarem que sou louca, continuarão frustrados. Todos temos uma certa dose de "loucura", a diferença é que a minha é visível.. e a sua? (Frase do livro O vendedor de sonhos) "O passado está entre nós esperando para ser tocado com novos olhos."

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