"A súbita sensação de realização após a compreensão da essência de algo."

Minhas palavras são como um olhar acompanhado de um sorriso, são as janelas de minha casa!

Essas estarão sempre abertas para que o ar se renove e as pessoas possam espiar aquilo que permito aparecer.

Se as cores do interior lhe chamaram a atenção, entre e fique à vontade. Seja bem vindo! :)


sábado, 29 de agosto de 2009

30, 60, 90 dias...

Algumas relações são como células anucleadas, não tem material genético para se reproduzir nem tampouco sobreviver, duram o tempo suficiente para nos ensinar alguma lição, proporcionar momentos memoráveis e nos fazer bem até que o mesmo venha a se tornar indiferente. Logo, não compensará o fato de se estar livre para conhecer e experimentar novas sensações, ainda que pra estar sozinho em uma espécie de retiro espiritual. Não posso dizer que não exista amor, desejo ou vontade, mas esses se tornam pequenos diante de uma infinidade de situações que somente a liberdade poderá nos proporcionar. Quando estou com alguém, se não tomar cuidado me perco a ponto de não saber quem sou. Assumo os gostos e características da outra pessoa, talvez pra agradá-la ou até inconscientemente pelo convívio. Assim foi durante um bom tempo, apenas quando estive sozinha consegui olhar pra mim...estava tão acostumada à uma vida que não era minha, que pra afastar tudo aquilo, me isolei. Só havia uma coisa que podia fazer, por falta de opção, me conheci. Cheguei ainda um pouco perdida, sem graça e só observei, permaneci próxima, mas em silêncio absoluto. Quando senti que havia chance, me aproximei, conversei e descobri coisas muito interessantes à meu respeito, mas não o suficiente pra me prender alí, ainda não era capaz de perceber a importância de quem estava ao meu lado o tempo todo. Após algumas semanas com os amigos em boates e bares da vida, já cansada daquele ambiente vazio, achei que seria interessante sossegar, foi aí que voltei pra mim. Fiquei, namorei, tive momentos íntimos, assisti à filmes debaixo do edredom, jantei fora, dormi agarradinha, enfim... me apaixonei. Me fiz sentir linda, desejada e especial, pra mim isso era uma certeza. Eu era minha companhia constante, na disposição e bom humor, nas crises de tpm, até mesmo nos dias em que mal podia suportar minha voz, não dava simplesmente pra me mandar catar coquinhos, sair e bater a porta! Precisava ficar alí, esperar, compreender, respeitar... e fiquei, fiz nascer por mim um amor incondicional. Essa outra pessoa de quem falo, também pode ser chamada de alma, guia, xamã ou até mesmo, consciência. É ela quem zela por você, pelo seu bem estar, que te dá conselhos e que te freia nas horas em que ameaça perder o controle. Quantas vezes já não falou consigo jovem ou adolescente, como se fosse você mesmo só que mais velho, mais sábio, digno de confiança e respeito? Vamos lá! Deixe-me ver a parte em que a sanidade não existe! Eu mesma me pego falando sozinha de vez em quando: " Renata! É melhor não ligar... fica enchendo a bola desses meninos, depois fica aí chorando que nem uma pata! " ou então, " Isso, se enche de brigadeiro mesmo! Depois reclama que a calça jeans não entra..". Duvido que seja a única a agir assim, nossos conselhos nem sempre são colocados em prática, mas são ouvidos.
Ao nos relacionarmos com outras pessoas, deixamos em suas mãos o poder de nos fazer sentir, lembrando que ainda assim somos nós quem proferimos as palavras finais, sem o nosso aval, não sofremos e sem o mesmo, não somos felizes. Quando sozinha, era a única responsável pelo que sentia, a única em que podia confiar, em quem acreditava e que julgava ser merecedora de lágrimas de felicidade à sorrisos amarelos ao mascarar certa tristeza. Pensei que já estivesse pronta para me envolver sem me deixar levar, pra mim, o que pensava à meu respeito bastava. Mas não, ainda não. Talvez tenha me empolgado com o clima do momento, ou talvez precisasse passar por mais uma decepção. Ao ser tratada com certa indiferença, me senti sem importância. Ao supervalorizar um comentário, me senti normal. Não foi intencional, mas ainda assim aconteceu. Sempre fiz questão da verdade, nua e crua, escancarada e sem pudor, não é por ela que estou pensando dessa forma, ao observar os fatos que me são apresentados, tenho a opção de escolher se é mesmo o que quero pra mim. Isso não quer dizer que vá ficar sozinha pra sempre por medo do que possa sentir sem poder controlar, apenas acho importante sabermos reconhecer quando o tempo de vida de uma relação chega ao fim. Não devemos nos esquecer de agradecer pela agradável parceria! Pelos momentos de carinho e compreensão, pela credibilidade, confiança e principalmente pela paciência, sei que não é mole suportar tanta excentricidade. Agradecer pela validade da experiência e oportunidade de se ter feito parte da mesma equipe. É uma honra dividir a autoria de um capítulo, fazendo sempre com que cada participação seja muito, mas muito mais que especial.

2 comentários:

Henrique Milioli disse...

Adorei essa! your greatest fan! =]

*-* Júuh. disse...

Porque simplesmente adoro o encanto que existem nas palavras. Amei seu texto Renata, já tinha passado por aqui algumas vezes, mas nunca parei pra mergulhar nesse cantinho que é só seu. Com certeza desde já na minha lista de favoritos! E não suma por tanto tempo viu? Seus leitores agradecem! =*