"A súbita sensação de realização após a compreensão da essência de algo."

Minhas palavras são como um olhar acompanhado de um sorriso, são as janelas de minha casa!

Essas estarão sempre abertas para que o ar se renove e as pessoas possam espiar aquilo que permito aparecer.

Se as cores do interior lhe chamaram a atenção, entre e fique à vontade. Seja bem vindo! :)


sábado, 2 de maio de 2009

Sonho consciente, pesadelo.

(Escrito no final do mês de março, não me recordo o dia.)

Essa madrugada presenciei de minha janela a duas cenas pra mim, chocantes; tamanha a animalidade e violência. Formulei uma frase inconscientemente e a fico repetindo, como se algo ou alguém quisesse que eu a interpretasse; quem sabe assim desapareça e me deixe em paz! Por conta disso não dormi essa noite. Enquanto alguém aos prantos grita por socorro no meio da rua, assisto a tudo e ainda tento esconder meu rosto entre as frestas da persiana para que não seja vista, deveria ser por vergonha. Ouço um pedido de ajuda e me escondo? Isso é omissão. Testemunhar uma injustiça e não denunciar é ser cúmplice, que também é um crime. Se perdi o sono, tive pesadelos e agora choro por estar angustiada é porque cometi parte dessa injustiça. Alguém de tantas palavras, ficou em silêncio. Meus sentidos estão tão aguçados, que só meu coração bater já faz com que perca o equilíbrio e me desestabilize, o sangue ao percorrer meu corpo faz formigar. Essa noite pensei muito em meus pais, senti saudades e me preocupei, pois temo por sua segurança; sei que não é muito, mas estando aonde possa vê-los e tocá-los, os tenho protegidos. Agora mais próximos, nossa ligação é maior... como se separados perdêssemos nossa força e juntos, fôssemos capazes de qualquer coisa. Sinto orgulho por pensar assim. Sinto, logo sou e não devo me omitir; sinto por ontem, sinto culpa. Sou como uma máquina que trabalha à todo vapor, e se sinto... é porque estou viva.

Situação: Estamos sonhando e sabemos disso.
Reconhecemos nossos desejos, temos controle sobre nosso cérebro, mas o corpo parece se negar a responder aos impulsos. Tentamos nos mecher e nada acontece. O desespero chega. O coração acelera. O medo é tanto que já não conseguimos pensar em como sair daquela situação. Queremos acordar e o corpo não obedece, estamos presos. Pensamos em chamar alguém, gritar, mas a voz sái baixinho, fraca... desse jeito não vão nos ouvir. Mesmo se alguém passasse por nós não notaria, essa voz representa apenas nossa intenção em emitir som, para quem nos olha de fora, estamos serenos, dormindo como verdadeiros anjinhos; sabemos disso pois conseguimos nos ver na cama, acompanhamos nossa agonia pelos dois lados, personagem e espectador.
* Já teve um sonho assim? Quando tenho, é pesadelo. Sonho só é sonho quando se difere da vida real, quando somos passivos em um mundo fictício criado pelo nosso suconsciente, estar consciente nesse mundo é assustador. Nos poucos minutos em que consegui dormir na noite passada, tive um desses. Talvez por ter ficado impressionada com o que vi e por desejar que meus pais voltassem pra casa, sonhava que isso acontecia. Ouvia barulho de chave na porta e duas pessoas conversando, tentei chamá-los e nada. Senti que um deles caminhava até o quarto, pelo andar era meu pai; o chamei diversas vezes, tentei lhe estender a mão, me esforcei para abrir um dos olhos e confirmar se era mesmo ele e só consegui ver um vulto, no auge do desespero gritei "Socorro" e a voz saiu, tão alto que acordei comigo mesma; alguns milésimos de segundo depois, meu rádio toca, era meu pai. Ele havia acabado de ver uma mensagem minha enviada na noite anterior e por isso ligou, eu estava nervosa, a voz trêmula, mas tentei lhe passar tranquilidade, lhe contei o que havia acontecido na madrugada, contei sobre o sonho e desligamos; não sei o que aconteceu comigo, acho que a adrenalida passou, o sangue esfriou... desabei, chorei de soluçar como uma criança. Enquanto o chamava no sonho, ele pensava em mim; aconteceu simultâneamente, me tirou de um pesadelo! Fizemos contato, sintonia telepática... bem querer, cuidado, amor entre pai e filho; é claro que um sentimento é forte o suficiente pra gerar um acontecimento desses. Existe uma ligação muito forte entre nós, apesar de discordarmos em alguns aspectos, somos bastante parecidos... acho que sei porque chorei. Tive uma experiência surreal, como um lindo sonho acordada... desabei após ouvir a voz que mais precisava naquele momento, a mesma voz que ouvia quando ainda estava no útero da minha mãe, que me acalmava cheia de carinho, que me fazia sentir querida; desejada... porque não disse o quanto o amo ao telefone? Não sei, talvez por ainda existir uma barreira que criei para que a hierarquia fosse respeitada... não é preciso mais, eu cresci. O respeitaria primeiramente por ser um ser humano, depois por ser mais velho que eu, por ser meu tutor e por aí vai. Não o respeito pelo fato de ser meu pai e nem o amo por esse motivo, já amava antes, muito antes... antes mesmo de estar aqui, talvez há milênios atrás, quando o escolhi e fui escolhida. Para hoje, dividirmos nossas vidas, aprendermos um com o outro, cuidar e ser cuidados; ele me acompanha em todos os lugares e dimensões. É parte fundamental em minhas missões, sinto que nessa... mais ainda. Siga o conselho do texto de Mary Schmich," Filtro Solar":
"Dedique-se a conhecer os seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez."
Não consigo nem imaginar a dor de perder minhas raízes...

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